Este texto foi escrito no dia 30/09/2012, para a disciplina de Geografia, Infância e Ensino.
RESENHA CRÍTICA
CALLAI, Helena C. Estudar o lugar para compreender o
mundo. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (org.). Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 9ª ed.
Porto Alegre: Editora Mediação, 2010, p. 83 a 134.
Compreender o
mundo para ser cidadão
Hellena C. Callai, em “Estudar o lugar para
compreender o mundo”, alerta para a importância de compreendermos que cada
lugar faz parte também de uma realidade mais ampla. Não é possível fazer uma
boa análise do espaço sem considerar que as escalas estão relacionadas: o
regional, o nacional, o mundial, bem como outros recortes que podemos fazer,
influenciam o lugar específico, da mesma forma que este lugar é constituinte do
todo numa relação dialética, mesmo que a globalização nos mostre o mundo como fragmentado.
A autora apresenta o conceito de paisagem como uma
importante ferramenta para analisar os lugares. Partindo de uma perspectiva, ou
seja, um enquadramento, é possível identificar as marcas inscritas naquele
espaço e, dessa forma, fazer uma interpretação da identidade do local. Neste
ponto, a aliança entre a Geografia e a História se mostra mais uma vez
necessária, pois a análise histórica do lugar é fundamental para entendermos
como se deu a construção social daquele espaço e quais as implicações deste
processo.
Callai caracteriza ainda os “não lugares”.
Representados por aqueles espaços vazios que, em geral, são apenas de passagem.
Seriam espaços que não são ocupados, ou seja, ninguém faz história ali. Traz
como exemplos os shoppings centers, caixa-eletrônicos,
supermercados, aeroportos e monumentos. Aqui devemos observar um possível
equívoco da autora por não considerar que nos espaços citados existem pessoas
trabalhando, que não devem ser ignoradas. Para essas pessoas, esses espaços são
lugares e fazem parte de suas histórias, bem como compõe uma história para
estes espaços. Portanto, se faz complicado chamar um shopping, ou um supermercado de “não lugar”. Até mesmo uma via expressa, que é
aparentemente só de passagem, pode ter um significado para alguém, apesar de
não ter para a maioria.
O texto nos traz várias possibilidades de trabalho com
alunos. Indica quais perguntas podemos fazer para caracterizar um lugar, e
ressalta a importância da alfabetização cartográfica. É sensato explorar noções
geográficas partindo das realidades que são próximas dos indivíduos. Analisar a
geografia da escola, do bairro, do município pode ser de grande significação
para os alunos.
Segundo Callai, é papel da escola partir dos
conhecimentos prévios dos alunos, do senso comum, para a construção e
assimilação dos conceitos científicos. Para tanto, o professor é fundamental no
processo, e deve criar situações para que estes conhecimentos sejam
construídos, incentivando uma posição ativa o aluno.
O professor de geografia deve possibilitar que o aluno
aprenda a pensar. Em outras palavras, que o aluno desenvolva um olhar crítico
sobre os espaços. Somente dessa forma, podemos formar cidadãos autônomos, que
consigam exercer a liberdade de compreender o mundo para intervir em sua
própria realidade.
Fala pra ela que Abbey Road é um não lugar...
ResponderExcluirhahaha ateh parece! Tem lugar com mais história que este ai?
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